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Livro encadernado com pele humana é descoberto na Inglaterra

Acredita-se que a obra tenha sido feita com pele de William Corder, assassino de Maria Marten no caso do Assassinato do Celeiro Vermelho

Felipe Sales Gomes, sob supervisão de Fabio Previdelli Publicado em 15/04/2025, às 17h05

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Livro encadernado com pele de William Corder - Museu Moyse's Hall
Livro encadernado com pele de William Corder - Museu Moyse's Hall

Um livro encadernado com a pele de um dos assassinos mais infames do Reino Unido será exposto publicamente após ser redescoberto nas dependências do Museu Moyse's Hall, em Bury St. Edmunds, no condado de Suffolk.

Acredita-se que a obra tenha sido feita com pele de William Corder, condenado pelo assassinato de Maria Marten no célebre caso conhecido como "O Assassinato do Celeiro Vermelho", ocorrido em 1827.

O item ficará em exibição ao lado de outro exemplar semelhante já presente no acervo do museu desde 1933.

Segundo Dan Clarke, agente de patrimônio histórico, à BBC, os livros possuem valor histórico "incrivelmente importante" e, apesar da natureza macabra, não geraram reclamações por parte dos visitantes.

Contudo, nem todos compartilham da mesma visão. O escritor Terry Deary, autor da famosa série Horrible Stories, criticou duramente os artefatos em relato à BBC. "São dois livros que eu gostaria de queimar", declarou.

Para ele, os objetos são "repugnantes" e uma lembrança cruel de punições desumanas. Deary ainda destacou que Corder foi condenado com base em evidências circunstanciais, o que torna a exposição ainda mais perturbadora.

O crime

O caso de William Corder ganhou notoriedade na Grã-Bretanha georgiana. Ele mantinha um relacionamento com Maria Marten e a convenceu a encontrá-lo no celeiro conhecido como "Red Barn", prometendo que fugiriam para Ipswich para se casar. No entanto, Corder atirou na jovem, matou-a e escondeu o corpo no local.

Capturado algum tempo depois, ele foi julgado e executado publicamente em 11 de agosto de 1828. Após sua morte, o corpo foi dissecado, e parte de sua pele foi usada para encadernar um livro que narra os detalhes do julgamento. Esse primeiro exemplar ou a fazer parte do acervo do museu em 1933.

A redescoberta

Recentemente, enquanto revisavam o catálogo da coleção, curadores do museu perceberam a existência de um segundo livro semelhante, que havia sido doado décadas atrás por descendentes de um cirurgião envolvido na dissecação de Corder.

O livro, esquecido por anos, estava guardado discretamente em uma estante do escritório, ao lado de outras obras com encadernação tradicional.

Esse é o tipo de caso que chamamos de 'perda de museu' — um item dado como desaparecido por décadas e, de repente, reencontrado", explicou Clarke.

Diferente do primeiro exemplar, a pele humana está presente apenas na lombada e nos cantos da capa do novo livro. A prática de encadernar livros com pele humana é conhecida como bibliopegia antropodérmica, e foi mais comum no século 19, geralmente associada à punição de criminosos executados ou como lembrança de médicos que realizavam dissecções.

Debate ético

A exibição desses objetos levanta questões éticas. Em 2024, a Universidade de Harvard optou por remover a encadernação de pele humana de um livro do século 19, citando preocupações com a origem e o significado da peça. No entanto, o museu britânico mantém a posição de preservar os itens como parte da história.

"Vemos restos humanos em museus de todo o país", disse Clarke. Ele contou à emissora que, em mais de uma década à frente do museu, nunca recebeu reclamações sobre o livro original — embora algumas pessoas já tenham se incomodado com gatos mumificados expostos em uma mostra sobre bruxaria.

Abbie Smith, assistente de patrimônio do museu, teve contato com os livros logo no primeiro dia de trabalho. "Se você não soubesse do que se trata, pensaria que é só um livro comum", afirmou à BBC. "É estranho, mas também fascinante ter algo assim na coleção."