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Timothy Dreyer sofre de uma rara condição genética que faz com que seus ossos sejam 150% mais densos do que o granito; entenda!
O esqueleto é uma das partes do corpo humano que mais demoram para se desenvolver até a chegada da fase adulta. Ao nascer, nossos ossos ainda estão em sua fase mais primitiva: formados principalmente por cartilagem, precisam de anos para se transformar em estruturas sólidas por meio de um processo chamado ossificação.
Esse processo, normalmente, se completa por volta dos 25 anos, quando os ossos atingem sua forma e densidade definitiva. Mas, para algumas pessoas, esse percurso não acontece da forma convencional. É o caso de Timothy Dreyer, um homem cuja história surpreende até os médicos mais experientes.
"Eu tenho uma aparência diferente, sim", ite Tim. Mas o que o torna realmente único vai muito além da estética: ele tem ossos tão densos que superam a rigidez do granito em 150%. Essa condição rara foi descoberta quando ele tinha apenas dois anos, após um episódio inesperado de paralisia facial.
"Meu pai conta que um dia eu entrei no carro sorrindo, mas só com metade do rosto. Eles pensaram que eu estava brincando", lembrou, em entrevista à BBC. Mas o sorriso torto não era uma brincadeira e a paralisia nunca desapareceu.
Foi o início de uma série de investigações médicas que levaram a um diagnóstico extraordinário: Tim tem esclerosteose, uma doença genética extremamente rara, com apenas cerca de 50 casos conhecidos em todo o mundo.
A principal característica dessa condição é a densidade óssea excessiva. Embora isso possa soar como uma vantagem, a verdade é que essa densidade fora do comum colocou sua vida em risco mais de uma vez.
Durante a infância, o crânio de Tim começou a crescer de maneira anormal, tornando-se tão espesso que ou a comprimir seu cérebro e os nervos cranianos. Essa pressão intracraniana é perigosa, podendo causar paralisia permanente, fortes dores e até a morte.
Para salvá-lo, os médicos precisaram realizar uma cirurgia delicada: cortaram seu crânio, removeram uma parte do osso, lixaram e recolocaram no lugar, criando mais espaço para o cérebro.
Ainda assim, a pergunta principal permanecia sem resposta: por que os ossos de Tim cresciam dessa maneira? A raridade de sua condição atraiu o interesse de cientistas, não só por sua complexidade, mas também por sua possível contribuição para um problema oposto e muito mais comum: a osteoporose, que afeta milhões de pessoas no mundo e se caracteriza pela perda de densidade óssea.
Alastair Henry, biólogo especializado em doenças ósseas, faz parte de uma equipe que estuda o caso de Tim. "A arquitetura, a estrutura tridimensional dos ossos é normal, mas muito mais densa", explica.
Ao analisar o DNA de pacientes com esclerosteose, os cientistas descobriram um erro no gene SOST, responsável pela produção da proteína esclerostina — uma substância que avisa ao corpo quando parar de fabricar osso. No corpo de Tim, essa proteína está ausente. Sem ela, o processo de crescimento ósseo simplesmente não desacelera.
Essa descoberta abriu um novo caminho para o tratamento da osteoporose. A ideia era simples e promissora: se os cientistas pudessem neutralizar os efeitos da esclerostina em pacientes com ossos frágeis, poderiam estimular o crescimento de novas estruturas ósseas.
O experimento foi testado em uma missão espacial em 2010, quando o ônibus Atlantis levou ao espaço 12 ratos, seis deles tratados com a nova terapia. Após 13 dias, os resultados foram impressionantes: os ratos tratados apresentaram aumento na densidade óssea, enquanto os outros perderam massa, como era esperado.
Hoje, esse tratamento segue em fase de testes clínicos em humanos, oferecendo uma nova esperança para quem sofre de osteoporose. "É realmente incrível e para mim é uma notícia fantástica. Isso faz com que tudo que amos, todas as operações, tudo que meus pais sofreram, tenha valido a pena", conclui Tim.